Guarda Compartilhada: entenda o que é, como funciona e por que é tão importante para seu filho

Você sabe o que é guarda compartilhada e por que ela é tão importante para o bem-estar da criança? Neste post, explico de forma simples como funciona essa modalidade que garante a participação ativa dos dois pais nas decisões e na vida do filho. Se você está passando por uma separação ou quer entender seus direitos, esse conteúdo é para você!

Amanda Costa Vilela

1/17/20254 min read

Quando falamos em guarda compartilhada, estamos diante de uma transformação profunda no Direito de Família e na forma como entendemos o papel dos pais na vida dos filhos após a separação.

Mais do que um termo jurídico, a guarda compartilhada reflete um compromisso social e emocional que deve ser compreendido e respeitado para garantir o desenvolvimento saudável das crianças.

O que é guarda compartilhada? Uma mudança de paradigma no direito e na sociedade

A guarda compartilhada é definida no artigo 1.583, §2º do Código Civil, como o exercício conjunto da responsabilidade parental. Isso quer dizer que, mesmo que a criança resida com um dos pais, ambos devem participar das decisões fundamentais da vida do filho, como educação, saúde, lazer e formação de valores.

Historicamente, o sistema legal privilegiava a guarda unilateral, em que um dos genitores detinha o poder exclusivo sobre a criança. Porém, essa visão mudou radicalmente com a Lei nº 13.058/2014, que passou a priorizar o melhor interesse da criança e o direito à convivência equilibrada com ambos os pais.

Essa alteração busca refletir a realidade social, em que os papéis parentais são compartilhados e as decisões sobre os filhos devem ser tomadas em conjunto, promovendo um ambiente saudável e seguro.

Como a guarda compartilhada funciona na prática? Da teoria à rotina diária

Ter guarda compartilhada significa que as decisões sobre o cotidiano do filho não ficam restritas a quem tem a criança em casa, mas são tomadas pelos dois genitores de forma responsável e colaborativa.

Na prática, isso envolve:

  • Participação ativa nas decisões: Escolha da escola, acompanhamento médico, definição de regras de convivência e valores educacionais.

  • Compromisso com a rotina do filho: Apesar da criança morar predominantemente com um dos pais, o outro tem direito garantido a convivência contínua, que pode incluir dias alternados, fins de semana, férias e datas comemorativas.

  • Comunicação e diálogo constante: É fundamental que os pais mantenham um canal aberto para alinhamento e resolução de dúvidas, pois o objetivo principal é o bem-estar do filho.

Por exemplo, imagine que o pai queira matricular a criança em um colégio diferente daquele que a mãe escolheu. Na guarda compartilhada, ambos devem dialogar e chegar a um consenso, sempre buscando o melhor para o desenvolvimento do filho.

Esse modelo exige amadurecimento, respeito e paciência dos pais, mas é o caminho para evitar conflitos judiciais e proporcionar um ambiente de estabilidade para a criança.

Por que a guarda compartilhada é tão benéfica para a criança? Evidências e efeitos emocionais

O impacto da guarda compartilhada vai muito além da lei: estudos na área de psicologia infantil e desenvolvimento comprovam que crianças que mantêm convivência regular com ambos os pais apresentam:

  • Maior estabilidade emocional: Sentem-se amadas e protegidas, reduzindo riscos de ansiedade, depressão e sentimentos de abandono.

  • Melhor desempenho social e escolar: O apoio de ambos os genitores contribui para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança.

  • Fortalecimento dos vínculos familiares: Manter laços próximos com os dois pais ajuda a criança a construir uma identidade mais segura e equilibrada.

Além disso, o convívio equilibrado evita a alienação parental, que é o afastamento indevido de um dos genitores causado por manipulações ou comportamentos hostis.

Situações em que a guarda compartilhada pode não ser recomendada

Embora a guarda compartilhada seja a regra, existem casos em que ela pode ser prejudicial ao bem-estar da criança, tais como:

  • Violência doméstica ou familiar: Quando há risco à integridade física ou emocional da criança ou do outro genitor, a prioridade é a proteção.

  • Abuso ou negligência: Qualquer situação que comprometa a segurança da criança impede a guarda compartilhada.

  • Ausência de interesse ou incapacidade de um dos pais: Quando um dos genitores não demonstra compromisso real ou não possui condições físicas ou psicológicas para participar da criação.

Nessas situações, o juiz pode decidir pela guarda unilateral, ou aplicar medidas específicas que garantam a segurança e o desenvolvimento saudável da criança.

Como garantir a guarda compartilhada? O caminho jurídico e prático

Para assegurar a guarda compartilhada, é importante:

  • Buscar orientação jurídica especializada: Um advogado de família poderá auxiliar na elaboração do pedido e na condução do processo judicial.

  • Requerer a guarda no processo de divórcio ou em ação específica: O pedido deve ser fundamentado no melhor interesse da criança e demonstrar a aptidão dos genitores.

  • Participar das audiências e mediação familiar: Muitas vezes, o diálogo conduzido por um mediador ajuda a alinhar expectativas e reduzir conflitos.

  • Manter o foco no bem-estar do filho: Durante todo o processo, é fundamental priorizar o interesse da criança e evitar disputas que possam prejudicá-la.

Perguntas comuns sobre guarda compartilhada

  • Posso mudar o regime de guarda após a decisão judicial?
    Sim, desde que haja uma justificativa válida, como mudança nas condições dos pais ou no interesse da criança.

  • Como agir se o outro pai não cumprir a guarda compartilhada?
    É possível pedir intervenção judicial para garantir o cumprimento das decisões e a convivência, incluindo medidas legais contra a alienação parental.

  • A criança pode escolher com quem quer morar?
    A opinião da criança é levada em conta a partir dos 12 anos, mas a decisão final é do juiz, sempre visando o melhor interesse do menor.

Conclusão: a guarda compartilhada como ferramenta de proteção e amor

A guarda compartilhada representa uma evolução do Direito de Família que valoriza o protagonismo dos dois pais na vida da criança. Ela é uma ferramenta essencial para garantir que o filho não perca o contato com nenhum dos genitores e tenha um desenvolvimento equilibrado, saudável e feliz.

Se você está enfrentando dúvidas ou conflitos sobre guarda, conte comigo para orientar e defender seus direitos e os do seu filho.